O Jardim Secreto - Frances H. Burnett

Devo ler (X) Sim 

Adaptação em filme (X) Sim (Inspirou-me a ler o livro)

Tempo de leitura: 10 dias 

Páginas: 215 (Editora Ediouro)

Não tem quem não goste do filme. Agrada diversos públicos há várias gerações. Sempre achei o filme lindo, com aventuras que são o sonho de qualquer criança. Por isso, me empolguei com o livro, que foi publicado pela primeira vez em 1912. Rápido de ler, ótimo passatempo.

Trata-se de uma menina de dez anos, Mary, que perde os pais e deixa a Índia para morar com o tio na Inglaterra.

Acostumada a ter sempre suas vontades realizadas mimada, ali, apesar de ser uma mansão, ela conhece melhor a realidade. Marta, uma empregada, ainda menina, de doze anos, desperta sentimentos que Mary não conhecera nem quando criança, a amizade. As duas conversam e discutem de forma bem direta, apesar da diferença de classe social.

Incentivada a brincar pelos domínios da mansão, Mary descobre um segredo, há um jardim secreto, fechado há dez anos. Como toda criança curiosa, ela encontra a chave e o portão. Passa a chamar de seu jardim secreto. Nesse lugar ela também conhece Dickon, irmão de Marta, que encanta e se encanta com animais. Os dois, juntos, voltam a dar vida àquele jardim.

Contudo, outros mistérios envolvem sua nova morada. Toda noite Mary ouve uma criança chorando e descobre Colin, seu primo de dez anos, também mimado (que não gosta de ser contrariado), que não sai do quarto por estar sempre acamado.

Os dois conversam como adultos, como se já se conhecessem há muito tempo (os diálogos são fascinantes). O garoto, que nunca recebia visitas, agora implora pela presença da prima, gosta de ouvir suas histórias, das novidades dos jardins. 

Aí que entra a vontade de Mary de curar o primo apresentando-lhe o jardim.

A menina mimada, aos poucos vai amolecendo o coração, cativando pessoas, aprendendo a viver. Uma bela história de amizade, aventuras e descobertas. Vale tanto quanto o filme, mas com maior riqueza de detalhes, claro.

Assim como no livro, eu queria sempre me sentir assim:

"Uma das coisas estranhas em nossa existência é que só muito raramente temos a certeza de que vamos viver para sempre e sempre. Sentimos isso, às vezes, quando nos levantamos à hora doce do amanhecer, saímos ao ar livre, jogamos a cabeça para trás, olhamos para o alto e vemos o pálido céu ganhando cores - e essa coisa maravilhosa vem acontecendo há milhares e milhares de anos. Temos então aquela certeza,  por um momento, ou pouco mais. E sabemos disso, outras vezes, quando estamos sozinhos num bosque, ao crepúsculo, e a misteriosa quietude dourada, infiltrando-se pelas copas das árvores, parece dizer-nos alguma coisa que a gente não pode entender. Em certas ocasiões é a imensa quietude azul-escura da noite, com milhões de estrelas que vigiam, ou é o som distante de certa música ou, ainda, o olhar de alguém. Foi assim com Colin, quando pela primeira vez viu, ouviu e sentiu a primavera no jardim secreto". (p. 150).

Agradeço à querida amiga que me emprestou o livro pois sabia que eu iria amá-lo!!