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segunda-feira, 25 de julho de 2016

25 de julho - Dia do escritor: "Para ler como um escritor" - Francise Prose

Aproveitando esse dia especial...
Vamos falar de um livro que nos mostra como pensa e age um escritor. 

Título: Para ler como um escritor
Autor: Francise Prose
Páginas: 320 (Editora Zahar) 
Ano: 2008
Tempo de leitura: 8 meses (porque demorei pegar o fio da meada e intercalei com outros)
Mais informações sobre o livro: Clique aqui

Um livro diferente. Não é literatura. É uma obra para se ter como base para quem quer ser escritor. Mostra como ler outros livros com olhos de escritor e observar quais nuances atraem o leitor e devem ser usadas por um escritor.

Excelente livro, apesar de complexo. É preciso foco e atenção para não perder o fio da meada, pois a autora traz inúmeros exemplos da literatura clássica inglesa e até russa, falando dos escritores gênios do passado e como eles cativam leitores até hoje em virtude, principalmente, da boa escrita.

O livro é dividido em capítulos que facilitam a análise de um livro de literatura, um romance, pois destrincha a trama. São eles:

- leitura atenta;
- palavras;
- frase;
- parágrafos;
- narração;
- personagem;
- diálogo;
- detalhes;
- gesto;
- aprender com Tchekhov;
- ler em busca de coragem.

Cada detalhe que eu nunca prestei atenção ou nunca tinha observado. Certamente muda a escrita dos autores. Livro de cabeceira para escritores. Quero ler mais obras desse gênero.

Ao final do livro há um capítulo adicional na edição brasileira, redigido por um autor brasileiro, para dar suporte aos autores brasileiros, já que o livro é estrangeiro, e ele usa o mesmo estilo de Francine para tratar de obras clássicas brasileiras (mas confesso que a autora Francine me cativou mais). 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Uma geração marcada por Pedro Bandeira


Quem nasceu entre 1980 e 2000 conhece o nome Pedro Bandeira, ou pelo menos já ouviu falar, ou lembra do seu bigode característico. Pois ele é autor infanto-juvenil que marcou essa época. Felicidade a minha. Coleções de livros que levaram jovens a gostar de ler e fazê-lo por prazer. Quando penso em livros para adolescentes penso: Pedro Bandeira.

Então esse cara de bigode foi precursor na arte de atrair jovens para a literatura no Brasil. Sua linguagem de fácil acesso e sua escrita fluente cativam qualquer leitor. 

Mas o que ninguém sabe é a influência de Pedro Bandeira. O autor, que nasceu em 9 de março 1942, disse que na sua infância os livros de autores estrangeiros eram raros. Gostava mesmo era dos brasileiros, então se considerava "o namorado de Narizinho", personagem de Monteiro Lobato.

A apreciação de Pedro por Lobato é porque à época "havia uma literatura de fazer criança ficar boazinha, e a literatura não é para falar para você ser bonzinho, a literatura é para você não ser bonzinho" e Lobato era o único que dizia que desobedecer era importante naquela época. Interessante: a obra mais lida e lembrada de Pedro Bandeira é "A droga da obediência", que teve sua primeira versão em 1984 e depois em 2003 virou "A droga da obediência: A primeira aventura dos karas!" (há pegou o link? ;))

Pois bem, Pedro Bandeira quando criança já utilizava muito de sua imaginação. Brincava sozinho de caubói, amava ficar sob árvores com Narizinho e por aí vai. Crescendo, Pedro Bandeira tornou-se ator e diretor de teatro, professor de literatura, trabalhou como apresentador de televisão, publicitário, escreveu textos para jornais, até chegar a vida de escritor de livros. Suas primeiras obras foram infantis, mas seu auge foi com livros juvenis. É o autor de literatura juvenil mais vendido no Brasil.

Entre os prêmios recebidos por Pedro Bandeira, encontra-se o Prêmio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro em 1986, pela obra "O fantástico mistério de Feiurinha", como Melhor Livro Infantil.

Uma lição de Pedro Bandeira sobre a leitura: era o meu brinquedo.
"Eu escrevi livros para as crianças sentirem tesão de ler. Literatura é diversão, é gostoso ler. Como é que transformaram o hábito de ler numa coisa chata?" 

Com esse entusiasmo pela leitura e pela escrita, somos obrigados a incentivar nossos jovens a ler e abrir a cabeça para a imaginação e ver na literatura um prazer e não uma obrigação escolar.


Fonte de base: 
http://www.museudapessoa.net/public/editor/memoriasliterarias_8dez2009-final.pdf (p. 148/157)
http://www.pedrobandeira.com.br/conheca-o-pedro/historia.aspx

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Por que amamos ler? - Brian Bristol

Título: Por que amamos ler?
Autor: Brian Bristol
Páginas: 104 (Editora Novo Conceito) 
Ano: 2008
Tempo de leitura: 1 dia
Mais informações sobre o livro: Por que amamos ler?

Um livro diferente, com diagramação inusitada, muitas ilustrações de época com referência à leitura. Inúmeras citações sobre a leitura, literatura.

É um livro para se ler um dia e ter na estante para decoração, para inspiração. Pena que agora só tem a versão menor, não irão mais produzir a versão grande que eu tanto queria. Mas fiquei feliz da vida porque comprei essa versão pequena no estande da Novo Conceito por R$ 10,00 na Bienal do Livro do Rio 2015 (arrependimento de não ter comprado mais para dar de presente).  

Dividido em capítulos por categorias, o livro surpreende com frases que você não imaginava o autor, ou com frases de tamanho conteúdo que o leitor se obriga a parar e refletir. As categorias são:

- O uso
- o mau uso
- Os clássicos
- A leal oposição
- A ironia
- A herança
- Os grandes
- Os amigos
- O lúdico
- O didático
- As bibliotecas
- Os leitores
- Os escritores

Preciso mostrar o interior do livro:


As frases que mais me chamaram a atenção:

Lemos para descobrir que não estamos sozinhos (C. S. Lewis)

Bons livros não tornam ninguém mais sábio ou mais feliz - apenas mais consciente (Mason Cooley)

A única razão para existir um romance é ele não tentar substituir a vida (Henry James)

Sempre leia algo qeu lhe caia bem caso venha a morrer enquanto está lendo (P. J. O`Rourke)

Não importa quão ocupado seja, encontre tempo para ler, ou entregue-se à ignorância voluntária"(Confúcio)

Duas pessoas nunca leêm o mesmo livro (Edmund Wilson)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Livros com temas de Natal

Eu deixo os livros temáticos de Natal sempre para dezembro e me delicio com histórias encantadoras.
Aí vão minhas dicas:

Ano passado li:
(Esse tem filme, mas ainda não consegui achar para assistir)



Esse ano já li:
O presente - Cecília Ahern. 
A capa já cativa né?




O próximo da fila é:
Anjos à mesa - Debbie Macomber



E o recadinho da autora Debbie Macomber nesse livro:
"Portando, fuja da loucura da época das festas de final de ano, acomode-se com uma xícara de chá quente e um docinho natalino e coloque os pés para o alto. Relaxe e se prepare para rir."


E o livro que tem a verdadeira história do Natal. 
Pode começar a ler em Mateus 1.18




quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Favoritos na literatura

Livro favorito no geral (diferente):                         Romance favorito (extremamente romântico):
"Um dia"(David Nicholls)                                            "Diário de uma paixão" (Nicholas Sparks)






Suspense favorito (top nos detalhes):                         "De época favorito" (emocionante):
"Garota exemplar" (Gillian Flynn)                  "A garota que você deixou para trás" (Jojo Moyes)       

 


Série/Box e distopia favorita (viciante): "Jogos vorazes"(Suzanne Collins)

 
  
Autora favorita (prendem o leitor): dúvida cruel, por isso cito duas:
- Jojo Moyes (A garota que você deixou para trás e A última carta de amor) 
- Emily Giffin (Uma prova de amor, Ame o que é seu, Primeiro e Único)



Autor favorito (escrita flui):                                  Autor nacional contemporâneo favorito (cativa):
Nicholas Sparks (quase todos os livros)                 Fernanda Saads (Do seu lado)

                                            

Capa favorita (linda, atrai o olhar):                               Melhor título (atrativo):
"Minta que me ama" (Editora Novo Conceito)             "O segredo do meu marido" (Liane Moriarty)



Adaptação de filme favorita (fofo demais): "Um amor para recordar"  (Nicholas Sparks)


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Bienal do Rio 2015: Eu fui!!! (finalmente)

Foi a maior festa para mim. Dias de arrumação: o que levar, o que vestir, o que calçar, onde ir, mapas, escolhas de autores para conhecer, autógrafos para pedir. Mas valeu a pena! Foram 12 horas de ápice de felicidade. Estava no meu mundo particular e ao mesmo tempo no mundo dos livros. Vou contar tudo que vi e vivi lá e incentivar quem nunca foi a comparecer num evento desses. 

Primeiro, decidi levar três livros para pegar autógrafo: duas autoras brasileiras (Graciela Mayrink e Lu Piras) e um internacional  (David Nicholls). Mochila já foi carregada com eles, além da água e lanchinho. Fui de tênis, melhor escolha e camiseta com frase do Nicholas Sparks (in love forever) e que fez muito sucesso por lá.

Bom cheguei lá às 10 horas e fui direto olhando no meu mapa os estandes que eu gostaria de visitar. Eram três pavilhões, o mais top era o azul, onde as editoras maiores estavam e elas investem pesado no layout para chamar a atenção. Estava tudo lindo!!! No verde estava o conexão jovem, onde os autores mais procurados batiam papo com fãs. Só fiquei triste que não consegui participar de nenhum café literário. Tinha que escolher, ou fila para autores ou fila para o café.
 



O país homenageado foi a Argentina, mas não participei de nenhum dos programas. A decoração de referência do país estava belíssima.
Então passei a maior parte no azul, até porque lá tinham várias atrações, um gramado de mentirinha para sentar e ler como se estivesse na grama, os estantes das editoras estavam tops com altas produções, capas de livros gigantes, árvores gigantes com livros pendurados. Vi gente vestida de Harry Potter, tinha de tudo. Tinha o trono do "Game of Thrones". Tinha a Mônica gigante, já que Maurício de Souza foi homenageado.

                               


As editoras tinham promoções de livros muito boas, alguns mais antigos em versão pocket por R$ 5,00 ou R$ 10,00. Me esbaldei. Achei livros que há séculos procurava e não achava em livrarias e ainda por uma pechincha. Imagina minha felicidade. Outros lançamentos de R$ 42 por R$ 25, valeu a pena. Bom esse foram os livros que comprei lá e trouxe na mochila. Mais seis que comprei lá pelo submarino e chegarão direto na minha casa!


E o ápice da Bienal para mim foi???? David Nicholls!!! O autor de "Um dia" (que também virou filme), "Nós", "A resposta certa" e "Substituto". Várias pessoas querendo conhecê-lo. Para isso foi preciso ficar mais de uma hora na fila para pegar senha para o bate-papo com ele e sessão de autógrafo! Consegui, fui a última da fila das senhas de autógrafos! O número 300 agora tem sentido especial. O bate-papo foi o máximo, ele foi super simpático. Ai que sotaque lindo de ouvir. Fiquei mega feliz de conseguir entender a fala sem o tradutor! Uhull!


Depois fiquei mais duas horas e meia na fila para o autógrafo. Sim e eu já tinha senha! Mas valeu a pena! Pena que ele não sorriu mostrando os dentes para a foto hahahaha, mas tudo bem, era tarde e todos já estavam cansados. Ps. entreguei pra ele um marcador de livro do blog e falei que já tinha resenhado o livro dele! Ele agradeceu, bem fofo.













Ah e foi na primeira fila que conheci a Fernanda, carioca, que virou minha companheira de Bienal até o fim!

Saí de lá às 22h feliz e saltitante, apesar de cansada. Parecia criança. Foi uma realização. Conheci pessoas, li, bati foto, sorri com os olhos! Que venha a próxima bienal.



quarta-feira, 8 de julho de 2015

Doação de livros - praticando o desapego


Nas campanhas de livros anteriores eu arrecadava exemplares de outras pessoas e no máximo três obras da minha estante e pronto. Dessa vez todos os livros doados saíram da minha linda mega super fofa estante. Sim, estou praticando o desapego, já expliquei nesse post! (Não, não é fácil).

Então mais 44 livros foram separados em busca de um lar, de um leitor, de alguém com imaginação. Depois de muito procurar por um café ou uma confeitaria para montar uma "mini biblioteca comunitária" (e sem sentir paz no coração), li a notícia de inauguração em maio de 2015 do AJAS - Ambulatório de Atendimento aos Adolescentes e Jovens Adultos, junto ao CEPON - Centro de Pesquisas Oncológicas de Santa Catarina, onde o foco é o diagnóstico, atendimento e tratamento de adolescentes de 15 anos a jovens de 29 anos com câncer. Se quiser saber mais do Ambulatório clique aqui

O lugar foi todo construído e decorado pensando no jovem, no seu acolhimento, em ele se sentir bem enquanto está lá se tratando. Além de paredes adesivadas, acesso à internet, videogame (que ainda será instalado), agora eles podem contar com livros de literatura.

Os títulos doados são justamente destinados ao público adolescente, são obras recém lançadas que certamente irão entreter os jovens durante os atendimentos, irão afastar a mente um pouco do tratamento trazendo distração, lazer e cultura. Os profissionais do local me receberam com muita simpatia. Realmente o lugar ficou lindo, aconchegante. Os livros foram entregues em 10/6/2015.

O livro tem capacidade para aguçar a imaginação, levar a cabeça para outros lugares, conhecer destinos. Ainda faz você conversar com pessoas sobre o que está lendo, faz surgir amizades. Espero que eles possam se entreter, se emocionar, se apaixonar pela leitura.

Esses foram os livros: 



LivroAutor
1SuperaçãoNick Vujicic
2Romeu ImortalStacey Jay
3Eu compro, sim!Pedro de Camargo
4Boneca de ossosHolly Black
5O grande IvanKatherine Applegate
6O reino secreto de ToddLouise Galveston
7Diário de um adolescente apaixonadoRafael Moreira
8Eu fico lokoChristian Figueiredo de Caldas
9Atrás do espelhoA. G. Howard
10O lado mais sombrio A. G. Howard
11Magisterium: O desafio de ferroHolly Black e Cassandra Clare
12Quando eu era JoeKeren David
13Bruxos e Bruxas - O BeijoJames Patterson
14Bruxos e Bruxas - O FogoJames Patterson
15Infinity Drake: os filhos da ScarlattiJohn Mcnally
16Collin Fischer Aschley Edward Miller e Zack Stentz
17Paperboy Pete Dexter
18Estou com sorteDouglas Edwards
19Bruxos e BruxasJames Patterson
20A menina mais fria de ColdtownHolly Black
21Maximum Ride - Projeto Angel James Patterson
22A cabanaWilliam P. Young
23Tudo o que ela sempre quisBarbara Freethy
24O amor mora ao ladoDebbie Macomber
25ApegadosAmir Levine e Rachel S.F. Heller
26Uma chance para recomeçarLisa Kleypas
27O teorema KatherineJohn Green
28A jornadaErin E. Moulton
29Beijada por um anjo 5Elizabeth Chandler
30Meu amor, meu bem, meu queridoDeb Caletti
31Anna e o beijo francêsStephanie Perkins
32Bem mais pertoSusane Colasanti
33Um lugar para ficarDeb Caletti
34Primeiro amorJames Patterson
35O momento mágicoJeffrey Zaslow
36Qual seu número?Karyn Bosnak
37Confissões de um turista profissionalKiko Nogueira
38O preço de uma liçãoFederico Devito e Gutti Mendonça
39Julieta ImortalStacey Jay
40As estranhas e belas mágoas de Ava LavenderLeslye Walton
41Histórias para aquecer o coraçãoJack Canfield
42Ladrão de AlmasAlma Katsu
43Refém da ObsessãoAlma Katsu

terça-feira, 9 de junho de 2015

Especial: Dia dos namorados leitores

Uhull!! Está chegando mais uma data romântica: 12 de junho!
Uma dica para os namorados: muitas mulheres gostam de ler grudadinho com o amado.
Então aproveite e dê um livro de presente. Aí vão algumas dicas conforme cada tipo de namorada:

extremamente romântica

cinéfila
investigadora
curte livro "de época"
viciada em séries
amiga
viajante
bailarina
viciada em redes sociais
adolescente
sensível
musicista


Esses dependem do que o namorado quer: prolongar o namoro ou levá-la ao altar.

que quer MUITO casar


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Émile Zola - uma coleção



Título: Boa pergunta, não sei o nome da coleção. 
Autor: Émile Zola
Volumes: 24
Páginas: 400 e poucas cada volume (Editora ?) 
Ano: 1956 (um dos volumes é de 1955)
Adaptação em filme: (X) Não 
Tempo de leitura: vai levar alguns anos. Não comecei ainda
Mais informações sobre o autor e suas obras: no skoob

Na verdade o nome completo do autor é Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola. Eu não o conhecia, nunca tinha ouvido falar em seu nome, na verdade pensava que se tratava de um autor de livros de Biologia. Sim, vou explicar porquê. 

Meu avô "desenterrou" a coleção "" de Emílio Zola (sim lá em casa falam Emílio e não Émile) do sótão da casa dele e passou para minha mãe, que sempre falava dessa coleção. Ela falava porque era um trambolho, era enorme e não cabia em lugar nenhum. Ela queria se desfazer.

Bom, pelo fato de minha mãe ser bióloga e sempre ter muitos livros da área, pensei que se tratasse de mais uma coleção antiga sobre biologia marinha, ou seres invertebrados, algo do gênero. Meu avô costumava comprar esses livros para  ela.

Então não dei muita bola, até que minha mãe me entrega aquela baita caixa pesada cheia de livros velhos e empoeirados e diz: "Vende na internet, o que ganhares é teu". Caiu em meus braços literalmente a coleção de Émile.

A caixa ficou embaixo da escada lá em casa por um mês, até meu marido pegar um livro, descobrir mais sobre ele, tirar várias fotos e anunciar na internet, um preço bem alto, já que se tratava de uma coleção de 24 volumes e sem achar outros preços na internet para comparação. Mas daí perguntei para ele se um sebo não pagaria mais por livros de biologia. Ele disse que não pareciam livros técnicos.

Contei à minha mãe e avô que os livros já estavam à venda e meu avô perguntou se eu já havia lido algum. Falei que não porque não tinha interesse em ler nada de biologia. Foi quando descobri que na verdade os livros nunca foram da minha mãe. Eram mesmo do meu avô e não eram de biologia.

Voei para casa ver do que se tratava. Era uma coleção do escritor francês Émile Zola - até então desconhecido para mim - e era LITERATURA, imagina minha felicidade: uma coleção completa, 24 livros, cada um com mais de 400 páginas, impressos em 1956, de um famoso e polêmico escritor francês (morreu por ter inalado gás carbônico de uma chaminé com defeito, mas dizem que pode ter sido assassinado por inimigos políticos). Fiquei feliz da vida porque nunca tive livros tão antigos e nem uma coleção tão grande. Agora a série do Game of Thrones será fichinha pra ler.

Bom, meu avô disse que nunca leu nenhum dos livros do Emílio (chamo o autor pelo primeiro nome como se fosse meu amigo mesmo - e ainda na forma abrasileirada). Contou que na época em que comprou a coleção os representantes vinham de longe, de São Paulo, vender livros nas casas. Meu avô contou que pagou bem caro na época, mas nunca leu. Estranho minha mãe e tia não terem lido, pois gostavam de literatura.

Agora pensa: eu que gosto de literatura, tenho uma coleção de um autor reconhecido - fato que eu não tinha conhecimento -, antiga, que deve valer muito, que foi do meu avô, que tadinho nunca leu um livro sequer, será que ainda vou vender? Óbvio que não. Virou relíquia de família.

Descobri que a coleção toda fala de uma família, cada livro uma história. Ainda não sei muita coisa, mas qualquer hora me arrisco a abrir as primeiras páginas.

Limpei cada um dos livros, já que alguns tinham traça além de pó. Agora estão lá, lindos na minha estante, olhando para mim todos os dias. É uma ótima lembrança do meu avô e certamente uma ótima história para se entreter. Mas se alguém se interessar e quiser pagar muitooo mais do que valem, quem sabe eu venda... (mas antes prometo ler todos).